30/11/2009

Anjos Vermelhos

Anjos Vermelhos


Quando lhe pedi suavemente
Que me virasse as costas
E se afastasse lentamente,
Ela mal sabia o que eu planejava.

Fez tudo como eu disse
E quando se virou a minha procura,
Com um tênue sorriso nos lábios,
Percebeu o quanto estava solitária.
Uma brisa gelada tocou seu rosto.

Petrificada e sozinha,
Perdida entre as árvores,
Tentou, em vão, gritar.
Havia um punhal cravado em sua garganta
E algumas lágrimas em seus olhos.

Ela tentou correr,
Mas a cada passo sua dor aumentava.
Lembranças santas a sufocavam,
Minha voz distante a torturava.
Havia chegado a hora.

Ajoelhada e desesperada,
Agonizando e sangrando,
Implorou pela vida
Ou pela morte.
Foi quando a acertei com um machado.

No auge do meu mórbido prazer,
Um ciclone derrubou-me de meu altar,
E por um breve momento
Adormeci sobre as folhas de outono.

Quando abri os olhos
Vi o corpo daquela linda menina
Sendo solenemente carregado,
Por anjos vermelhos.

Sentado em uma das árvores do imenso parque,
Continuei sorrindo, ironicamente.
Já não sabia se sua morte
Alegrava-me como em meus sonhos.

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