26/04/2010

Ícaro


Ícaro

Não há princípio nem fim.
Não há razão ou falta dela.
Deixe-me, deseje-me,
Esqueça-me, recrie-me.

Doces mentiras, como tantas outras.
Hoje tão esquecidas, como tantas outras.
Exalte-me, crucifique-me,
Ajoelhe-se, odeie-me.

Sentindo a falta, a fadiga,
Travestido de um deus ateu.
Carregado, andarilho,
Insatisfeito, incompleto.

Na janela há um recado óbvio,
Ficar ou partir.
Deitado, desarmado,
Confuso, esquecido.

Como músicas inacabadas,
Como quadros quebrados,
Como poesias esquecidas,
Como filmes incompreendidos.
Sou.

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