Culpa
24/12/2011
Culpa
24/11/2011
Novembro
Novembro
Tantas palavras, tantos desenhos, tantas dores, tantas cores e até flores,
Tantos olhos, poucos olhares, desleixo e um desfecho.
Terapeuta, homem, mulher, voyeur,
Prostituta, pai, madrasta, padre, ladrão, seis irmãos.
E novembro é o mês onze. O-N-Z-E.
E depois dizem que há um sentido lógico que rege a universalidade.
E depois dizem que antes era uma fábula,
E antes diziam que o futuro teria brilho.
28/10/2011
A Vida de uma Sobrevida
A Vida de uma Sobrevida
Contra as hipóteses, os argumentos e possibilidades.
Contra o que é do contra, contra o que é a favor do contra,
E já sem saber do que é a favor.
Nascer no caótico olho do tornado e ser.
Sim, ser! Inexistir era impossibilidade para quem
Um planeta carregava com pequeninas mãos.
E foi desta maneira incerta, honesta, confusa e destra.
Trancafiada numa jaula sem chaves.
E é assim, como deve ser, mas não como poderia.
Faz milagres e vive,
E doa-se, e cria uma nova vida, quando já parecia impossível optar.
E continua sendo o contra, o contrário, o inacreditável.
A felicidade mora num canto onde poucos procuram.
20/10/2011
Dia Vinte e Dois
Dia Vinte e Dois
O giz amarelo rabisca, sem pretensão, a parede do quarto, onde
O índigo olhar curioso de uma criança compreende mais que os deuses imaginariam.
O ouro se torna um papel amassado com mãozinhas verdes nele tatuadas,
E vaga, tranquilamente, pela eternidade da alma que deixou de ser vã ou cinza.
O arco-íris, do vermelho ao violeta incandescente, e a alva pele com pequenas sardas
É naturalmente o contraste visível desta doce existência.
E no caótico movimento dos seres pelas cores da cidade, defino que
O amor transcende a compreensão e nos desperta para um simples milagre: a vida.
* Homenagem a minha filha, Giovanna Brighentti Correa.
19/10/2011
Todo o Tempo
Todo o Tempo
Sentindo o impossível, impassível prossigo,
E a cada minuto, se esvai um tempo que nem era meu.
O cabelos curtos e brancos, o sol atrás de nuvens críticas,
Todo o processo, amargo e adorável, de não saber o que houve.
Volto-me contra o próprio ego, e aprendo a respirar em silêncio,
Dando saltos e louvando os mais altos cachos de uva,
Que cedo ou tarde caem e me cansam, e ficam brandos,
E dão vida à uma nova terra.
Sempre e sempre e sempre e nunca!
Com versos sem rimas e estrofes de quatro linhas.
Que conforto esta xícara de café me traz, e agora quase nada me atrai, mas você...
Pouco mais de 14 horas, pouco mais de 30 anos, pouco mais que o meio.
Uma canção ao fundo de meu espírito, de meu ouvido, de meu todo.
Todo o tempo passado, todo o tempo futuro,
Todo o tempo sem você, todo o tempo ao seu lado,
Todo o tempo, todo o tempo.
11/07/2011
Nina e o Devorador de Sonhos
Nina e o Devorador de Sonhos
Nina, a menina dos cabelos dourados, morava numa pequena ilha calma e incandescente. Ela nasceu e cresceu esperando que um milagre, ou algo tipo, a levasse dali.
Os anos passavam, maldosos, e dias após dia sua esperança era assassinada. Algo em seu corpo era esmigalhado a cada pôr do sol. Tudo era odiosamente igual e o máximo que ela conseguia fazer era olhar, timidamente, para o horizonte.
Ela já tinha vinte e três, e aparentava um pouco mais, quando o vento de uma manhã cinza e fria lhe trouxe seu destino, num pequeno e velho barco de pescador. Um homem de olhar estranho e fala calma aportou na ilha, e Nina sentiu que sua vida mudaria, à partir daquele dia.
Inquieto o dia se arrastou e a noite caiu, silenciosa como sempre. Nina adormeceu e foi tomada por um sonho diferente de todos que já tivera. Era a revelação de seu caminho.
Antes mesmo que o sol tocasse a superfície da ilha ela correu para a pequena pousada onde o estranho homem havia passado a noite, e contou-lhe sobre seu sonho. A lua havia lhe dito, profeticamente, que aquele homem realizaria seu mais profundo desejo, e que eles deveriam partir o quanto antes, rumo à uma grande cidade, localizada à oeste da ilha. Ele ouviu tudo calmamente e, sem demonstrar espanto ou curiosidade, apenas concordou. Disse em poucas palavras que partiriam, estranhamente, naquela noite.
Ela sonhava, ele planejava.
Nina arrumou as poucas coisas que possuía e despediu-se de todos. Dizia, alegremente, que enfim havia chegado a hora de conhecer o mundo que existia longe dali.
Três horas depois de partirem, sobre o pequeno barco, sobre o mar dormente, o estranho homem tirou sua máscara de pele humana e, com sua habitual brutalidade, devorou Nina com seus dentes afiados.
Ele era o sábio devorador de sonhos, aquele que sabe o que todos sonham e, de uma maneira bastante peculiar, adora realizar desejos.
Apenas a lua foi testemunha.
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