24/06/2013

O Morador

O Morador

Morador do subsolo,
Não tinha o sol nem quase nada.
Morador do submundo,
Peito rasgado e uma sede louca.

Queria subir,
Mas não até o céu.
Queria fugir
Pelas vielas do labirinto da alma.

Quis fazer arte,
Quis escrever poemas,
Quis fingir ficar,
Quis se libertar,
Quis o que não se quer,
Quis o que não se deve querer.

Morador,
Contentou-se.
Morra a dor,
Rezou. E foi atendido.






19/06/2013

Poema Lúdico do Sol Desenhado

Poema Lúdico do Sol Desenhado


Pairando,
Um deus profano e sacro,
Sou.

Entre os vão escuros
Das inquietantes montanhas
Recito meu poema-vida e minha poesia morte.

Dilemas, chapéus, arcos-nada-íris,
fantasmas, rosas, civilizações,
Camisas, artigos e cores.

Dentro de você purifico-me e danço.
Em você e para nossas estrelinhas de papel 
À morte canto. 

13/06/2013

Jéssica, apenas

Jéssica, apenas

Na estrada estreita,
Na beira do abismo,
Encarei a queda e ela sorriu.
Sorri de volta.

No silêncio da noite pálida,
De brisa fria,
Senti um abraço, um toque em meu rosto.
Tornei-me rei.

Nos sonhos, você.
Ao despertar, você.
No passado, você.
No futuro, você.
Dê-me de presente seu tempo presente.

Te dou o sagrado, o real,
Descubro uma nova América
Próxima ao coração,
Minha, apenas.

No nosso tempo, volte.
Com um beijo nos lábios, volte.
E creia na criação perfeita
Que chamo de nosso amor.

Olhos

Olhos

Pele clarinha,
Mãos pianistas.
Nas costas arte
E unhas verdes.

E o rosto, o rosto,
Seu gosto.
E o que sou em nós
E o que és aqui.

Compromissos, cabelos curtos,
Na minha roupa, em minha boca.
Despindo-se, despedaçando-se,
Sobre e sob mim.

Olhos escuros castanhos,
Olhos escuros,
Olhos castanhos,
Olhos em meus olhos.

O Reino

O Reino

Ele, o rei, andava pelo salão de festas esvaziado.
Fitava as cortinas, os lustres
E encarava o chão.

Ela, a rainha, repousava no imenso quarto
De adornos dourados e pensava.
Na própria vida, nos sonhos desassossegados
E no homem de olhar castanho escuro e secreto.

Ele, o prosaico, sob a sombra de uma árvore sorria levemente
E sentia seu próprio coração batendo em suas mãos.
E sabia mais do que os membros do castelo jamais saberiam.

Era um reino, de um rei insosso e uma rainha altiva.
Era um plebeu, que possuía o resto do mundo e suspirava ao se lembrar
Do suave odor que dela exalava.
Ele a quis, ela quis o mundo, fora do castelo, com ele.

O rei? Se enforcou, solitário, debatendo-se lentamente.

Isto é Sobre um Céu de Desenho Animado

Isto É Sobre Um Céu de Desenho Animado Ela dorme em seda rosa E também em grama verde. E ela sabe tão pouco sobre o mundo Que at...