Curta Poesia Inculta
Aceito-me. Açoito-me. Tenho em cores as dores vívidas de outrora
E em tela branca a presença do hoje.
Vagarosamente revivo a própria morte, nas infames e ilustres presenças
De meus deuses pequeninos.
Salvo-me. Despeço-me. Não há nada que me mude sem se mudar. Partir e repartir, com uma única camisa.
Ternamente, o ar que me permitem, eu respiro. Com estilo. E tempero
A desistência com iguarias de meu norte, meu próximo norte.
Num gole de café, de mar, de vodka. Num cigarro. Com a voz embriagada, como um cão de madrugada.
Deito-me, corto-me. Quando a arte finda, linda, brevemente sorrio, em um silêncio de quem ninguém quer despertar.
Entre a noite e o dia, descubro os dissabores de ser eu. De ter sobrevivido. Sou novo, de novo. Em caos.
Canto-me, espanto-me, jogo-me, levanto-me.
Seguro-me fortemente em seu vestido. Verde.
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