Além das Nuvens
Folhas de papel, de outono,
Início calculadamente atrasado.
Fim do dia, da noite,
O início de ambos.
Meus olhos vermelhos e cansados
Querem justamente o repouso.
Meus pés relutam em dançar
Ao som mudo da valsa flutuante.
O ruído repetitivo do relógio na parede.
Subo até o sino da igreja
E pulo para voar sem deus.
Acordo de novo,
Há novos sinais.
Ao meio-dia, sinto uma triste alegria,
À meia-noite, sinto-me depressivamente feliz.
Encontro-me encontrando-a,
Assusto-me assustando-a,
Asfixio-me, enveneno-me.
É assim que temos planejado.
Intenções, propósitos e razões,
Cores vibrantes e tons transparentes.
Motivos absurdamente eficazes,
Chuva e transformações.
O inverso também é real,
Ou até um pouco mais.
O sono é a morte,
O sonho é o que somos sem controle.
O despertar é a morte,
E o resto ainda desconhecemos.
Tememos o invisível
E cremos no que há além das nuvens.
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