11/01/2010

Além das Nuvens



Além das Nuvens


Folhas de papel, de outono,
Início calculadamente atrasado.
Fim do dia, da noite,
O início de ambos.

Meus olhos vermelhos e cansados
Querem justamente o repouso.
Meus pés relutam em dançar
Ao som mudo da valsa flutuante.

O ruído repetitivo do relógio na parede.

Subo até o sino da igreja
E pulo para voar sem deus.
Acordo de novo,
Há novos sinais.

Ao meio-dia, sinto uma triste alegria,
À meia-noite, sinto-me depressivamente feliz.

Encontro-me encontrando-a,
Assusto-me assustando-a,
Asfixio-me, enveneno-me.
É assim que temos planejado.

Intenções, propósitos e razões,
Cores vibrantes e tons transparentes.
Motivos absurdamente eficazes,
Chuva e transformações.

O inverso também é real,
Ou até um pouco mais.

O sono é a morte,
O sonho é o que somos sem controle.
O despertar é a morte,
E o resto ainda desconhecemos.

Tememos o invisível
E cremos no que há além das nuvens.


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