E Como Saber o Que Restará?
Na sala repleta de fumaça azul
Vozes insinuam, por engano, um fim descorado.
Num ritual sacro entendemos a aspereza e a sutileza do adeus,
E dividimos, e choramos.
E isto deixa de ser a partida,
Tornando-se um recomeço adocicado.
A longitude e a longevidade,
Próximas como os pólos, sul e norte.
E a olho nu, os corredores se esvaem,
Mas não as vozes, não as vozes.
Essas permanecerão em algum canto,
E quando eu cantar, sete pássaros nascerão.
Com ombros eretos, a caminhada,
Com sorrisos apertados, entre os lábios, a incerteza,
Com delírios e arrependimentos, as lições.
Pelos próximos anos, pelos próximos segundos,
Pelos filhos, mães, pelos inimigos efêmeros e amigos estranhos,
Pela última olhada, atravessada.
Surgem as palavras derradeiras: Até logo, até...