Oh, Maria!
Faltou-me um golpe!
Ela cairia inerte e imóvel.
Faltou um tapa!
Ela grudada, incerta, em minha mão.
Faltou! Faltou mesmo!
E ela, Maria-verde que conheço
Caminha, rasteja ou voa pelo quarto,
Com cheiro de morte mal matada.
E a invisibilidade da mulher,
Maravilha, é claro.
07/07/2012
13/05/2012
Os Deuses
Os Deuses
Demônios são santos disfarçados com vestimentas pretas,
E santos constroem delicados colares prateados nas noites escuras.
Um telhado sujo e um beijo torto, ao nosso lado quatro anjos mortos
E uma melodia de vinte anos, ou vinte séculos.
Lembro, lembro-te, penso, protejo-te.
Se os relógios tivessem lentos ponteiros
Suas pequenas mãos tocariam o coração louco de um deus ateu.
Quase seu.
19/04/2012
Cores e Dores
Cores e Dores
Meu azul tem um tom marcante, sofisticado.
Meu verde não se parece com os gramados do parque. É intergaláctico.
Meu branco, limpo e lindo. Meu preto, nada opaco.
E ainda tenho um vermelho escarlate e um cinza de chumbo.
Ah, minhas cores! Doces cores! Minhas!
As moças possuem cores também. Adoráveis.
Elas odeiam tons pastéis, como eu.
As garotas têm ainda algumas dores incolores. E outras visíveis.
E brilham estelares pelas ruas, tão amáveis.
Ah, aquelas cores que escondem dores! Delas! Minhas! Nossas!
As conexões infames e ínfimas. As colorações e sensações.
As recordações e recortes. As amáveis e odiáveis citações.
O meu, o seu, os nossos, todos, quase tolos.
E um amarelo solar insiste em me despertar, dia após dia.
Cores, cores. Tantas e tão desimportantes. Tão belas!
27/01/2012
É Mais Uma Daquelas Dores Fingidas Perfeitamente
É Mais Uma Daquelas Dores Fingidas Perfeitamente
Coração tranquilo, sentidor e sem sentir dor, inventa-a.
Amor calmo, como chá morno e adoçado com açúcar mascavo.
O ser, o ter, não ter, reter, crer, viver até quase, quase, morrer.
Metade da metade da metade, eu grito: - É tudo, não é nada, eu odeio.
Ter partido, ter voltado, a saudade revoltante, os grilos-bichos-vespertinos da minha estante.
Existe sim, mas não assim crianças, não como escrevi. É como senti.
Existe sim, mas não assim crianças, não como escrevi. É como senti.
É inventado? Já não sei mais.
21/01/2012
Cartas
Cartas
E que as cartas de amor, sobre o amor, para o amor, sejam para sempre escritas. Para durar e ter cheiro do próprio amor.
Assinar:
Postagens (Atom)
Isto é Sobre um Céu de Desenho Animado
Isto É Sobre Um Céu de Desenho Animado Ela dorme em seda rosa E também em grama verde. E ela sabe tão pouco sobre o mundo Que at...
-
Isto É Sobre Um Céu de Desenho Animado Ela dorme em seda rosa E também em grama verde. E ela sabe tão pouco sobre o mundo Que at...
-
Oh, Maria! Faltou-me um golpe! Ela cairia inerte e imóvel. Faltou um tapa! Ela grudada, incerta, em minha mão. Faltou! Faltou mesmo!...
-
Letrinhas Rimadas Sinto por ti tudo aquilo que Já não se sente por aí. Antítese modernista, Em cada palavra, ponto ou vírgula Há mui...